19.5.13

Voltei - Aquele "Sei lá" que responde tudo e nada.


Acho que das coisas mais bonitas dessa semana - que não foi nada fácil-, foi saber que um amigo hoje não mais se revolta tanto com o insucesso profissional, que tudo que ele quer é ter um emprego pra sustentar a família que pretende ter. Disse-me até pra eu falar com a namorada dele que ele casava com ela assim que ela dissesse sim. Mas existem uns poréns aí, a gente sabe. Casar não é tão simples, né? Mas ele já tem com quem fazê-lo. Pra mim, essa é a coisa mais importante, e a mais difícil.

Mas, sobre quando a revolta vai dar uma voltinha e, ao que parece, não volta mais:
É que eu já corri e escorri tanto com a minha vida profissional que, um dos motivos pra ir pra Curitiba foi o cansaço disso, o recomeçar de um jeito bem diferente.
Mas acabei voltando...
Não com a cabeça baixa, nem com traumas da cidade, nem com uma mão na frente e outra atrás.
Senti falta sim da família, do jeito de São Paulo, senti de novo aquela vontade de vencer na minha área(livrar-se disso é mais difícil do que a gente pensa). Minha cabeça tava praticamente o tempo todo em São Paulo, meu coração também.
Não ando muito bem por esses dias. Convivência difícil com familiares, decepções com pessoas conhecidas e desconhecidas. Aquela sensação de estar sempre só por aqui. Só não, claro, quando penso que estou com minha família aqui, comigo. Mas essa imensidão da cidade me assustou. Gastar tempo e dinheiro pra conseguir ver pessoas. E olha que eu já fui dessas que pegavam ônibus pra ir pra um muito longe, pra poder amar alguém. Sinto falta dessa situação, desse amor. Não da pessoa, mas do amor, entende?
Mas voltando. É, eu voltei. Sei que na casa dos pais não quero ficar pra sempre, mudar pra capital não me anima muito, mas tem os prós. Queria mesmo ter gostado da cidade em passei bons momentos.
Queria que o amor da minha vida morasse mais perto. E que pudéssemos fazer planos juntos. E irmos embora juntos.
Vai passando o tempo e a gente fica meio tonto, cansado. É uma revolta diferente da adolescência.
Ela é silenciosa. A minha, pelo menos, é.
Nem se posso chamar como tal, mas por hora é o nome que dou.
Não me revolto mais com a vida profissional, tenho tentado não sonhar demais.
Vou embora de novo, é quase certo. Espero dessa vez não me dividir tanto e que nada apareça no meu caminho, pra não me dividir. Mas, caso apareça, eu não posso pensar duas vezes.
Eu só terei que ir e ir e ir.
Acho que o amor, no final das contas, é como a sombra de cada um de nós.
A gente que às vezes não lembra disso e sofre um bocado.
Acho que também preciso voltar pra cá.



21.3.13

Sobre meu impasse em "bloggar"

É. Só pela demora em escrever um post novo, nota-se que ainda tenho essa dificuldade de manter um blog.
Mas hoje não quis vir aqui falar bem disso, exatamente, mas sobre algo que observo nessa relação com a blogosfera e que taaalvez seja este o motivo do impasse.
Adianto que esse post pode, de alguma forma, ofender algumas pessoas de blog, se, no fundo, minha opinião tiver alguma verdade.
Que gosto de navegar pelos cantinhos escondidos das pessoas, os tais blogs, não é mentira.
Assim como também não nego que não o faço muito porque quase nada me prende a atenção, não por muito tempo.
Dos blogs que gosto:
-Gosto dos blogs das pessoas desconhecidas da internet que me dão a esperança de que continuarão assim: blogs pessoas sobre suas trivialidades.
- Gosto dos blogs das mais conhecidas que, mesmo conhecidinhas, não se tornaram catálogos.
Dos blogs que não gosto:
- Os blogs PESSOAIS catálogos.
Mas o que é isso, Obe?
Olha, gente. Não tem nada de mau pessoas postarem os livros que leem, os filmes que gostam, as roupas que vestem. Tem gente fazendo isso, ganhando grana e fazendo muito bem!
E que tem gente que faz isso de um jeito pessoal sem se tornar didático demais, tem também.
Intenção de que talvez ele vire alguma coisa? Sim, tenho. Mas bem do meu jeito.
Só que o que tenho percebido é o que blog virou novela, catálogo, guia de como uma pessoa "deve" ser para ser vista como alguém culta, legal, um modelo a ser seguido.
E isso tem feito com que as novas blogueiras(sim, falaremos das meninas), logo na Bios, já venham com um discurso que me desculpe, cansa. Já dá pra ter uma ideia de que, se a pessoa tem um blog, e gosta de escrever, ela já "ama livros, fotos, design etc etc etc".
E aí nascem as TAGs, e quando você repara, estão todas falando dos mesmos livros, das mesmas roupas, dos meus sonhos de Europa. E talvez, no fundo, a intenção é justamente a de acontecer.
Não posso julgar sem conhecer. Afirmar que determinada pessoa publica alguma opinião como uma forma de mostrar o quanto cultiva cultura ou busca cultivar. Mas quem pode provar que estou equivocada?
Isso me preocupa porque nem toda pessoa culta é interessante e nem toda pessoa interessante é culta.
Se essa frase surpreendeu a alguém, sim, essa é a verdade da vida.
Quero ler o que sobre o que você repara, sobre sua conversa boba com uma vizinha que lavava a calçada enquanto sua mãe tirava o carro. Isso é PESSOAL.
Saber dessas coisas é simplesmente fascinante.
Livros, roupas e filmes, todo mundo pode comprar.
Não quero transformar isso aqui numa espécie de catálogo.
Se sentir vontade de falar de filmes, falarei; se quiser direcioná-lo pra um tema, farei.
Mas não quero soar alguém que, pra ser visto como legal/interessante, precisa ler todos os livros do mundo e se dizer imensamente apaixonada por eles. Filmes idem.
Logo menos volto a escrever. Escrever do meu jeito nada culto. Do jeito que hora ou outro lê um livro(mas que sabe que precisa ler mais), mas que prefere falar de sei lá, das pessoas caricatas, das conversas malucas. Mais ou menos isso.
E falando em blog, este aqui tem sido o que mais tem me tomado a atenção esses tempos:
Abra a janela

Beijo.

13.2.13

As coisas que o povo (me) conta.

Olá!
 
Depois de muito relaxo, um post novo por aqui.

Faz um tempinho que quero falar delas, do que gosto nelas: As pessoas.

Mas não quero falar que elas nos enchem o saco, cuidam demais das nossas vidas, que quase sempre nos decepcionam e blá, blá, blá.

Quero só compartilhar uma observação.
Algo que, pra mim, é  fundamental  pra que eu me sinta um pouco mais feliz, mais leve, nessa vida. 


Se tem uma coisa que posso dizer que gosto e é difícil fugir/ficar sem é conversar.
Ando mais quieta, mas sou uma tagarela. Do tipo que sempre levava chamada na sala de aula por falar demais. Desculpem-me os que querem isolamento, mas sem o outrsuas vidas seriam/serão uma merda.

Momentos só nossos são necessários. Gosto, necessito e muito, seja pra criar ou pra me sentir melhor.
Também sonho em viver numa cidade mais calma, morar num sítio, talvez, mas eu sempre penso:
Como será? Sozinha eu não vou. Nasci pra dividir. Solidão não é pra mim. O peixe vai com o cardume...

 Não podemos negar que 80% das relações interpessoais, hoje, têm sido subsidiadas(?) através das redes sociais. É pela internet que marcamos encontro com novos ou antigos amigos, procuramos/encontramos emprego, divulgamos nosso trabalho e "quebramos" barreiras geográficas.
Separei algumas coisas, que uns amigos me contaram, dia desses, por inbox e que achei condizente com a ideia que tivera pra esse post.
Pra alguns pode não ter graça alguma, até porque é difícil entender sem saber o contexto. Mas quantas pessoas que vocês conhecem, passam a vida online compartilhando nada mais, nada menos, que frases, bonitas ou não, na rede social?




Frase de gente da gente. É disso que eu tô falando.



Outro momento lindo: Inbox da Juliana Masutti pra mim:

"minha mãe emprestada me deu um conselho sobre "certezas" ( pq eu sempre quero ter certeza do que vai acontecer e ela disse que eu não posso me prender a isso) e com ele uma frase que eu achei que viraria uma imagem linda... pensa nisso, imagina: "...é como se segurar numa corda amarrada numa nuvem." "


E aí não teve jeito. Antes mesmo dela me falar que seria bacana um desenho, eu já havia mentalizado.


E sabe, meu povo?
Esses foram apenas alguns momentos de tantos momentos lindos que eu presencio.
Nossos dizeres são nossa cultura, nossa identidade. Nosso jeito de falar, de ficar alegre, de se assustar, nosso jeito de rir. Tudo isso é patrimônio.
Falando em patrimônio, logo mais faço um post sobre minha viagem pra Ouro Preto <3 que claro, teve muita troca dessa beleza aí.

Repare na brincadeira que teu pai faz na mesa, no almoço, que você estranha porque ele não costuma ser engraçado.
 Repare naquela cantada pedreira dita por um pedreiro de verdade. É pra rir, pra rir com gosto, e não pra ter raiva.
Repare nas mensagens simples que teu amigo te escreveu e ele nem é o Caio Fernando Abreu(xi, rimou).
Repare mais até no que você diz de bonito. 

É tão clichê dizer de que a Arte imita a vida. Mas se é clichê, é porque é verdade.
Nós somos todas as obras de arte do mundo, mas só quando somos mais de um.
Mas e aí. O que que o povo tem contato pra vocês? Compartilha!

Ps: O post ficou meio mal escrito, mas tava com saudade e precisava dele.
Um beijo. :)



20.1.13

Da Fé, da Foto e de Maria


Da mãe e da madrinha.


- Mãe! A medalha de Santa Clara foi junto com a cama?!
- Ah, acho que foi, nem vi. 
-Aah...não tem problema. Ela protegerá o Fabrício.
- Ah, eu vejo se tá lá ainda e pego.
-Ah...deixa, não tem problema não *espécie de aperto no peito*


Acontece que, enquanto editava essa foto aqui do post, que tirei quase agora, lembrei-me de uma medalha que minha madrinha me deu de presente com um escapulário e, minha mãe colou na cabeceira da minha cama para me "proteger."
Apesar de não sermos católicos, um aperto no peito bateu e chamar minha mãe na porta, pra perguntar a respeito da medalha, foi inevitável.
Vendi essa cama pra minha prima. Seu filho, toquinho de gente, tava sem. Tô dormindo no chão enquanto a cama nova não chega. E até pensei, dia desses, em retirar a tal medalha, mas relutei.
A família da minha mãe tem como base o catolicismo, mas ninguém é fanático. 
Quase todas, Marias, nordestinas. Gente simples e de muita fé. 
Minha madrinha é uma delas, mas não é Maria. É Jandira, mas com uma fé e força de uma Maria.
Nossa Senhora tem todo meu respeito e, por isso, deixo-a pendurada num espelho no chão bem de frente à minha cama-improvisada-porém-amada-porque-eu-adoro-dormir-no-chão.
Ah sim. Tenho também uma medalha de São Jorge, também presente, que guardo com muito carinho.

Mas e daí?
E daí que a Fé é uma coisa maravilhosa!
E tava pensando aqui, em como nós - acredito que até os mais céticos - hora ou outra sentimos um angústia no peito ao nos darmos conta da impotência humana e da onipotência do que não conhecemos bem.
Mas, voltando às Marias de minha vida...
Existe um laço que, sem perceber, fora criado entre minha mãe- cujo nome é Maria-, minha madrinha, Santa Clara e a Mãe Maria. (ah, e o Fabrício agora, claro!)
Tanto que, sem eu precisar dizer muito, minha mãe compreendeu a "angústia". E isso é lindo.
 É lindo que tenhamos até mesmo angústias em comum. Que apenas com um olhar, ela se compadeça do que senti. Um sentimento bobo, mas a compaixão me confortou.
Manifestações religiosas, de fé, me fascinam. Apesar dos fanatismos, das muitas contradições, adoro quando ouço meu pai, por exemplo, dizer que "O Brasil é a pátria do evangelho."
E ele é! Uma mistura de credos, emoções, rituais. Uma cartela de cor em forma de gente que acredita! 
Uma cartela, ou seja, algo que está, de certa forma, unido.
Santa Clara protege Fabrício agora. É justo, é bonito e é o que quero.


             E não importa a crença, o santo ou religião. A certeza é essa: Tenho Maria comigo.
 





4.1.13

Território do Brincar


Olá!
Já ensaiei muitas vezes esse primeiro post do blog. Guardei um que achei interessante, mais introspectivo e que se encaixaria muito bem em um "post de começo de ano."
Mas tudo mudou!
Pra quem não sabe (eu também não sabia), um dos meus objetivos para 2013 é me aprofundar no universo infantil de todas as formas possíveis. Essa vontade nasceu faz um tempinho, desde que tive uma espécie de "luz", de encontro com a minha essência. 
Posso não ter todos os brinquedos do mundo, não saber pular corda direito, mas o universo infantil sempre me atraiu e eu nunca, nunquinha, tive aquela "rejeição à criança depois de adulto." Aliás, se tem uma coisa que me irrita, é a arrogância do adulto de sempre achar que sabe tudo e que a criança, tadinha, é "só criança" e não sabe nada. Você já deve ter passado por isso na infância e sabe como é chato!

Mas vamos ao assunto do post:
Meu primeiro bom link do dia fala justamente disso: O Universo da Criança.
O Projeto Território do Brincar, levará registros das vivências de crianças de todo o Brasil.
A educadora Renata Meirelles e o documentarista Davi Reeks, que percorrem o país desde abril de 2012, além de registrar o cotidiano lúdico de crianças de todos os tipos, as sutilezas das mesmas (eu chamo de Sentimento de beleza) buscam uma reflexão sobre tudo que nós, adultos - e crianças também - podemos aprender com esses pequenos.



Para onde foram nossos valores e sonhos?
E nossa simplicidade?

E nossa capacidade de imaginar?


A viagem vai até dezembro de 2013. Sem dúvidas a experiência presencial não se compara à nossa  de espectadores. Mas podemos observar e absorver, não é mesmo?

Fiz-me um convite hoje cedo e faço a vocês: Vamos sair pra brincar?
Bem...para um primeiro post, acho que não foi dos piores.

Assistam ao vídeo, conheçam o projeto, busquem mais esses valores da infância que ainda existem,  mas andam adormecidos em vocês.

Tenham um ótimo dia e sejam bem-vindos ao meu território de brincar. :)